Embora ainda não seja um assunto muito debatido, o jejum intermitente (e o próprio jejum em si) é um grande recurso para o desenvolvimento da saúde humana. O processo do jejum é a necessidade de preparar o funcionamento do corpo a partir das reservas de gordura.

Entretanto, existem algumas ressalvas para fazer o jejum, como por exemplo, uma pessoa que usa o carboidrato como principal fonte de energia, não poderá fazer este jejum.

Surpreendentemente, há diversas formas de praticar o jejum intermitente, como durante o jejum noturno, no qual pode-se cessar a ingestão de nutrientes após o jantar até a primeira refeição do dia seguinte (café da manhã ou almoço). Essa ação é conhecida como o jejum intermitente clássico, também chamada de dieta jejum intermitente.

Durante o jejum intermitente pode-se fazer a ingestão de líquidos (água, água com limão, café ou chá sem açúcar), porém estes não devem possuir nutrientes.

Caso a pessoa sinta fome ao longo do jejum intermitente, isso quer dizer que seu corpo não está preparado para fazê-lo.

Como fazer jejum intermitente?

Primeiramente é importante saber que não se deve iniciar o jejum intermitente sem acompanhamento de um especialista (nutricionista ou nutrólogo).

Além disto para fazer um jejum intermitente correto e sem passar fome, você deve estar pelo menos há 15 dias seguindo uma dieta low carb ou dieta cetogênica.

O Dr. Dayan Siebra ressalta em seu vídeo sobre jejum intermitente algumas considerações que devem ser feitas antes de uma pessoa praticar o jejum:

Saiba mais sobre o Jejum Intermitente.

Inicialmente, o Dr. Dayan Siebra ressalta quais são os períodos de tempo necessários para fazer a prática do jejum. Uma pessoa pode praticar durante 8h, 16h ou 24h.

Por mais que pareça estranho, ficar tal período sem comer é visto com bons olhos por nutricionistas e especialistas da área. Eles costumam indicar o jejum intermitente associado à uma dieta low carb para quem deseja perder peso, realizar um detox no corpo ou até mesmo para quem deseja melhorar a qualidade de vida.

A escolha do tempo deverá sempre respeitar o metabolismo de cada pessoa, por isso não se pode começar a prática do jejum intermitente sem o auxílio de um profissional da área da nutrição.

É primordial que qualquer pessoa que deseje praticar o jejum intermitente consulte-se antes com um nutricionista ou nutrólogo, pois as limitações do corpo precisam ser levadas em consideração para a escolha do tempo em que a pessoa ficará em jejum, assim como a dieta alimentar que deve ser seguida antes e após o jejum intermitente.

Além disso, o jejum intermitente de um período posterior ao jejum noturno não pode ser realizado todos os dias. Sempre consulte um especialista.

Quem pode e quem não pode fazer?

Todavia, alguns grupos de pessoas não podem praticar o jejum intermitente, como diabéticos (sem orientação médica), idosos (sem orientação médica), gestantes e crianças.

Lembre-se que o jejum intermitente, primordialmente, só pode ser realizado por pessoas que já estão em processo de educação alimentar. Caso a pessoa não possua educação alimentar devidamente construída, poderá ter hipoglicemia e desmaios.

Dessa forma, existe a necessidade de preparar o organismo para que a pessoa possa praticar o jejum intermitente de forma segura e que seja eficaz para o organismo.

Ademais, pessoas que praticam o jejum intermitente precisam fazer detox, ou seja, devem consumir antioxidantes, como a vitamina C e vitamina E (goiaba, laranja, limão, morango, castanhas, semente de girassol, etc.) e do complexo B (abacate, couve, espinafre, etc.).

Em virtude da liberação dos radicais livres durante o jejum intermitente, o corpo necessita de antioxidantes para proteger as células.

9 Benefícios do Jejum intermitente

Consequentemente, há muitos benefícios para as pessoas que optam pela prática do jejum intermitente, são eles:

  1. Massa muscular mais definida;
  2. Renovação celular; 
  3. Aumento da produção do hormônio do crescimento (HGH) que auxilia na queima de gordura;
  4. Melhora os níveis de insulina na corrente sanguínea;
  5. Auxilia a saúde mental por conta do aumento da proteína BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) na área cerebral;
  6. Melhora da longevidade das células;
  7. Diminuição da gordura visceral, portanto auxilia o processo de emagrecimento;
  8. Maior controle emocional;
  9. Auxilia em práticas de desenvolvimento da consciência, como a meditação.

É válido ressaltar que durante o período do jejum pode-se consumir líquidos que não possuem calorias, como água com limão e chás (sem açúcar).

Você não sentirá fome durante o jejum intermitente

O dr. Uronal Zacan faz algumas ressalvas sobre a prática do jejum neste vídeo. O médico pontua, primordialmente, que o ser humano só pode fazer o jejum, caso o seu organismo esteja preparado.

Nem todos podem fazer o Jejum Intermitente

Em princípio, se uma pessoa que está no processo do jejum sinta fome, então isso quer dizer que o seu organismo não estava preparado para a prática do jejum intermitente.

Em síntese, quando a pessoa sente fome o corpo libera cortisol (hormônio do estresse) e isso pode ser prejudicial para a saúde do indivíduo.

Essencialmente, um dos efeitos que o cortisol causa na corrente sanguínea é a elevação do açúcar. Então, pessoas que possuem problemas com a regulação do açúcar no sangue com a prática do jejum, podem agravar o quadro. Sendo assim, prejudicial à saúde.

Portanto, não recomenda-se o jejum intermitente para o grupo de pessoas que possuam dificuldades do controle glicêmico na corrente sanguínea. Dessa forma, esse grupo deve ingerir nutriente a cada 2 ou 3 horas. Assim, terá o índice de açúcar estável na corrente sanguínea.

Do ponto de vista médico, não existe uma prática universal que atenda todas as pessoas, por isso qualquer tipo de jejum deve ser feito com o acompanhamento de um especialista da área da saúde. Lembre-se sempre disso para que o seu organismo não seja comprometido.

Somente um nutricionista ou nutrólogo poderá fazer a identificação dos problemas e como eles poderão ser tratados de acordo com o metabolismo de cada pessoa.

Somado a isso, também é necessário atentar-se para a diferença entre sentir fome e vontade de comer durante o jejum, porque a vontade está ligada ao psicológico.

Jejum intermitente emagrece?

Um dos pontos mais importantes a ser discutidos sobre o jejum intermitente é que promove o uso dos estoques de gordura, assim há a perda de peso, entretanto, não há perda da massa muscular. A saber, o jejum intermitente emagrece mesmo e de forma saudável.

Após a ingestão de nutrientes, o organismo dá um destino para toda a energia que foi absorvida através da alimentação na forma de glicose. E, a energia que não será utilizada, portanto, é armazenada em forma de tecido adiposo, mais conhecido como gordura.

Como o corpo é capaz de produzir a sua própria energia, então durante o processo do jejum o organismo utilizará as gorduras desnecessárias depositadas (viscerais, subcutâneas e celulites) para dar continuidade ao funcionamento do corpo.

O uso dessas reservas de gordura, irá auxiliar no emagrecimento, pois estimula a lipólise (quebra de gordura). Há uma ressalva importante, não recomenda-se o consumo de carboidratos antes e após o jejum, porque isso ocasiona o retardamento do processo da quebra de gordura.

Jejum intermitente cardápio

A escolha dos alimentos que serão consumidos nas chamadas janelas de alimentação são de extrema importância. Recomenda-se o consumo de alimentos que promovam a saciedade e reponham devidamente os nutrientes.

Então, deve-se optar pelos seguintes alimentos:

  • Proteínas com pouca gordura;
  • Legumes;
  • Verduras; 
  • Frutas com casca;
  • Cereais integrais;
  • Tubérculos (inhame, batata doce, cará, aipim).

É indicado evitar cereais refinados, doces e alimentos ultra processados / industrializados.

Outro ponto importante é que faça refeições correspondentes ao que faria se não estivesse entrando ou saindo do jejum. Não faça a compensação do tempo que ficou ou ficará sem comer.

Jejum intermitente e a autofagia

No ano de 2016, o japonês Yoshinori Ohsumi biólogo celular e professor da Universidade de Tóquio recebeu o prêmio Nobel de Medicina por conta do seu estudo da autofagia, o qual auxiliou a compreensão da doenças de Parkinson e demência.

A autogafia começou a ser discutida em 1960, entretanto, só ganhou maior relevância por conta do estudo de Yoshinori Ohsumi. Vale ressaltar que é um assunto muito importante de ser discutido.

Em síntese, a autofagia é o mecanismo que a célula utiliza para conseguir se livrar de todas as partes defeituosas. Isso possui papel fundamental para o aumento da longevidade das células. Nesse momento, as células reciclam todos os seus componentes.

O processo de autofagia fornece os componentes que são essenciais para a renovação celular acontecer. Entretanto, há uma ressalva, porque a autofagia não ocorre o tempo todo. A autofagia só ocorre quando o corpo entra em estágio de “sobrevivência”, então isso torna-se possível com a prática do jejum intermitente.

Por isso, para desenvolver a autofagia é necessário que ocorra a privação de nutrientes. Como o sistema neurológico para funcionar precisa de nutrientes, então o organismo começa a retirar de onde menos precisa e encontra-se em excesso, como mucos, secreções, gordura. Esse processo auxilia na desintoxicação do fígado e dos rins. 

Só para exemplificar, as células utilizam a autofagia como recurso para conseguir eliminar proteínas e organelas que estão danificadas, a fim de obter a neutralização dos efeitos que impactam negativamente o corpo – envelhecimento. E, as organelas são as estruturas que estão presentes no interior das células e estimulam a produção das características vitais para cada uma delas.

Só para exemplificar, quando ocorre uma infecção, a autofagia pode destruir bactérias e vírus que comprometem o funcionamento do organismo.

Mas só o jejum induz à autofagia?

Como nem todas as pessoas podem praticar o jejum, então já existem estudos que sugerem uma forma mais segura de aumentar a longevidade através da alimentação, apenas fazendo a privação da glicose e a redução das calorias totais ingeridas ao longo do dia.

Fazer a redução de calorias em torno de 20 a 60% diariamente auxilia na limpeza celular. Quando se faz a diminuição do consumo tanto de carboidratos quanto de proteínas, induz o processo de renovação de celular, assim como no jejum.

Para exemplificar, quando uma pessoa reduz o consumo de glicose, consequentemente as células produzem menos energia e também há a redução dos resíduos que aceleram o envelhecimento.

Entretanto, caso a privação dos nutrientes seja brusca e loga, pode ocasionar efeitos negativos para as células. Portanto, é muito importante que esse processo seja acompanhado por um profissional da área da nutrição.

Dessa forma, não existem justificativas plausíveis para dietas radicais. Tanto a redução de calorias totais quanto o jejum, precisam ser feitos com a indicação de um especialistas para que não ocorram prejuízos no organismo.

Resveratrol e autofagia

Com o avanço da tecnologia, já é possível estudar diversos compostos químicos que podem estimular a autofagia. Ainda não há um estudo que é devidamente comprovado no organismo humano, mas em breve já será possível garantir os efeitos desses compostos químicos para combater o envelhecimento.

Atualmente, há pesquisas voltadas para o composto antioxidante natural encontrado na casca de uva e frutas vermelhas, resveratrol, o qual pode ter efeitos nas células, promovendo ação anti-envelhecimento.

De acordo com este estudo do pesquisador Guido Lenz da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) o composto resveratrol consegue perceber quando uma célula é saudável ou tumoral.

Dessa forma, o resveratrol pode auxiliar nos tratamentos de combate o câncer e também estimular a autofagia. Ademais, haverá a detecção do envelhecimento e renovação celular.

Existem muitos benefícios do resveratrol para o corpo, como:

  • Capacidade antioxidante;
  • Combate os radicais livres;
  • Regula alguns genes que favorecem a redução de algumas doenças;
  • Preservação da massa óssea, principalmente, em idosos.

Estudos já comprovam que o consumo de alimentos que possuem resveratrol somado a restrição calórica, tornou-se eficaz para a renovação celular.

Além disso, a autofagia mostra-se eficaz para a sobrevivência das células, contribuindo assim na redução de diversas doenças, como neurológicas, infecciosas e crônicas.

A descoberta do resveratrol como um dos meios de indução à autofagia, pode, futuramente, permitir melhorias para a saúde.

Como ainda não existem estudos que comprovem a ação do resveratrol em humanos, pode-se estimular a autofagia por meio da alimentação com o jejum intermitente ou redução total das calorias, processos descritos ao longo deste artigo.

Procure sempre orientação médica

É impressionante como o jejum intermitente pode proporcionar diversos benefícios para a saúde e ainda ajuda o processo de emagrecimento.

Contudo, lembre-se de consultar um especialista caso queira fazer o jejum intermitente ou a redução total das calorias ingeridas, porque estes processos devem ser acompanhados por um nutricionista ou nutrólogo.

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